Você está em grupo, em uma reunião de trabalho ou entre amigos. Surge um assunto e você dá uma opinião que julga muito pertinente. Mas ninguém comenta suas ideias, ou faz perguntas sobre ela para mostrar interesse, também não concordam mostrando que as consideram relevantes.

Minutos depois um colega deste grupo faz o mesmo comentário que você fez naquele momento; então, ele recebe elogios, cumprimentos, concordâncias, e essa opinião é comentada, partilhada ou valorizada, até mesmo acatada como ideia também do grupo.

Por que algumas pessoas têm suas ideias ouvidas e outras não? Isso acontece com você? 

Frustrante, não é mesmo! Mas saiba que não está sozinho!

Muitos percebem o mesmo. Com todos nós isso já aconteceu pelo menos uma vez, mas com algumas pessoas esse cenário se repete nos grupos.

Não é uma questão apenas para os tímidos ou introvertidos. Até mesmo pessoas muito espontâneas e comunicativas podem passar pelas mesmas situações. Muitos aspectos pessoais e interpessoais estão envolvidos e aqui gostaria que você se apoiasse sempre em 2 reflexões:

SOBRE AS QUESTÕES PESSOAIS

Primeiro faça o exercício de olhar para você e levantar aspectos que podem estar influenciando essa dinâmica de não ser ouvido. Será que:

1. Seu discurso é longo, dura muito tempo e as pessoas perdem a atenção em você e na sua ideia?
2. Sua expressividade é mais neutra, sem muita energia positiva e faz com que não se interessem, pois nem mesmo você está passando a ideia com segurança e motivação?
3. Suas ideias saem de forma truncada, sem uma ordem lógica que facilite compreender seu pensamento?
4. Costuma falar muito, ter necessidade de dar opinião todas as vezes. Então, quando fala algo, mesmo que muito interessante, não tem a mesma força e importância para quem escuta, fica perdido no meio de muitas outras informações sem relevância?
5. Você fala usando uma linguagem complicada, de difícil compreensão e, por isso, quando alguém fala o mesmo, só que de modo mais simples, reverbera melhor no grupo?
6. Sua opinião vem sempre com alguma carga emocional não tão positiva para ser acatada: uma imposição, um jeito de “dono da verdade”, ou como se você se sentisse o ser mais experiente do grupo? Isso causa grande rejeição do grupo.
7. Falta carisma? Essa característica é uma combinação de voz, gestos, ritmo, formas de falar e também suas atitudes.

Especialmente se o fato de não ser ouvido acontece em um grupo de pessoas já conhecidas, elas já analisaram sua comunicação, já presenciaram uma ou mais dessas características listadas acima e, quando você fala, já pode trazer alguma dificuldade de manterem a atenção em você.

Saiba que nem sempre as pessoas reagem ignorando o que você fala de forma consciente e proposital. Todas essas características de comunicação listadas geram, inconscientemente, rejeição pelo nosso cérebro e nossos impulsos de reagir não acatando a opinião podem ser automáticos.

SOBRE AS QUESTÕES INTERPESSOAIS

Agora analise seu status e posição no grupo e as relações interpessoais que foram construídas entre os participantes. Será que:

1. O grupo já se fechou em parcerias e você ainda não conseguiu conquistar aliados?
2. O grupo construiu rótulos sobre você por alguma postura anterior e não valoriza mais sua fala?
3. Existe alguém no grupo supervalorizado, com status ou posição hierárquica? Nesse caso há uma tendência de suas opiniões serem sempre as mais comentadas.
4. Existe algum viés inconsciente presente no grupo que acaba interferindo na leitura que fazem sobre você? Podem ser vieses relacionados ao seu cargo, tempo na empresa, laços de amizade, e muitos outros envolvidos.

Para todos esses, vale sempre lembrar que cada grupo tem sua dinâmica e observá-la e saber como se inserir nele é essencial para a boa comunicação. Como reforça Fela Moscovici sobre as Dinâmicas dos Grupos nas relações de trabalho, as interações que se estabelecem entre pessoas e as forças presentes dentro dos grupos são diversificadas e fortes que podem prejudicar até o andamento e resultado das tarefas e dos projetos. Você pode ter uma ideia fantástica para o desentrave de um projeto na sua empresa, e ela não ser acatada por causa dessas forças internas nos grupos. Trago um exemplo de trabalho, mas isso acontece em todos os tipos de grupos estabelecidos (familiares, sociais, filantrópicos, etc).

Listei apenas 11 motivos. Sim, “apenas”, pois tem muitos aspectos que podem estar envolvidos e influenciar para você não ser ouvido. Analise cada um e veja qual se assemelha ao seu estilo de comunicação.

Todas essas características listadas podem ser trabalhadas em cursos de assertividade, expressividade e, principalmente, pelo coaching específicos de comunicação, e suas habilidades de comunicador transformadas para suas ideias serem melhor recebidas, criando reverberação no grupo.

Agora, não importa onde está a questão que impacta em não ser ouvido(a), aquele que tem uma boa autoestima, sabe exatamente o que está dizendo, e tem segurança que está certo, se fortalece e não desiste de ser ouvido, repete sua ideia e, apesar de sair magoado ou incomodado, vai continuar se expressando.

A dificuldade maior é para aqueles mais reservados, mais tímidos ou até com baixa autoestima, e uma cena como essa em um grupo pode neutralizar todas as suas outras participações.

Por isso se fortaleça, trabalhe sua comunicação pessoal e cuide de suas relações no grupo para que os fatores de barreiras na comunicação diminuam e as conversas fluam com suas opiniões sendo ouvidas.

Como melhorar nosso posicionamento para ser mais ouvido(a)?

O olhar para o nosso perfil como comunicador é o primeiro passo para tornar nossa comunicação mais consciente e saber interagir melhor.

Então, convido você a percorrer trilhas do autoconhecimento da COMUNICAÇÃO CONSCIENTE, da LIDERANÇA, das APRESENTAÇÕES DE ALTO IMPACTO e de MULTIPLICADORES DO CONHECIMENTO oferecidas pela UNIVOZ.

Conheça nosso curso de comunicação assertiva e crie mais impacto na sua comunicação.