“As pessoas se queixam que falo muito, ficam cansadas nas reuniões e já percebi que param de prestar atenção, perco a plateia.”

Isso acontece com você?

Essa é uma queixa bastante comum aqui na Univoz, nos trabalhos de consultoria da comunicação. Se você fala em público, em treinamentos, em apresentações de projetos, em reuniões, não importa a situação, objetividade é uma necessidade do mundo atual. Não temos tempo a perder! A quantidade de atividades para executar nas empresas, somada a frequência de reuniões, de momentos de calibração, de feedback, ou os contatos com vários stakeholders, pede pessoas objetivas. Por todo esse cenário, tenha sempre uma comunicação mais direta – o que chamamos de LINHA RETA: não vá e volte em assuntos já ditos.

Repetir o que explicamos pode ser bem atencioso se percebemos que não houve entendimento por parte dos ouvintes. Mas aqui estamos falando do hábito de se repetir, a prolixidade.

Dar voltas para dizer o que pensa pode estar relacionada a falta de assertividade, ou até mesmo a insegurança ou medo de tocar em um assunto delicado. Pode também ser resultado da falta de conhecimento ou de experiência em um determinado assunto; então você precisa repetir, dar voltas para organizar o pensamento e poder falar depois.

Como sempre digo: “porque você fala do jeito que fala depende de uma série de fatores, já que a comunicação é multidimensional. Descobrir o ponto que está causando problemas e precisando de atenção nem sempre é fácil, mas é necessário para a solução ser certeira”. Então, avalie qual  ponto impacta na falta de objetividade. Uma avaliação por especialista também ajuda muito.

Mas quero falar aqui de uma característica de quem dá voltas para falar ou repete aquilo que já foi dito por um motivo muito comum:

a insegurança sobre a compreensão

por parte de quem está escutando.

Como disse, é um comportamento de muita consideração com o outro repetir algo que não tenha ficado claro. Isso faz com que o ouvinte não precise se expor dizendo “não entendi, pode repetir”. Nem sempre as pessoas gostam de se expor desta forma, especialmente em reuniões de trabalho, na frente de colegas e líderes; então, se calam e carregam suas dúvidas. O comunicador, percebendo isso, já reorganiza sua fala e repete a explicação.

No entanto, se repetimos por hábito, por achar que nunca entendem o que dizemos, isso precisa de atenção. Antes de repetir a informação já passada:

• Verifique se aquilo que você falou teve concisão, coerência, correção, coesão, clareza – não adianta repetir um conteúdo sem esses 5C´s da comunicação, pois vão continuar não compreendendo;
• Antes de repetir, faça uma checagem se houve compreensão. Mas não pergunte “vocês entenderam?” – pode ter certeza que a maioria irá dizer um sonoro “sim” sem que, de fato, seja verdade. Faça perguntas diferenciadas do “sim” ou “não” como resposta, por exemplo:
  • “Vou abrir espaço para dúvidas”;
  • “Até aqui para quais pontos vocês querem mais detalhes?”; ou,
  • “Esse tema é desafiador. Então, quero saber sobre as dúvidas que ficaram.”
• Quando sentir que é importante repetir, deixe claro que está consciente que vai retomar por algum motivo importante:
  • “Quero ressaltar esse aspecto…”
  • “Vou detalhar mais esse ponto…”
  • “Quero voltar para deixar mais claro…”

Comunicação é para o outro, portanto é importante que compreendam o que você diz. Mas somente repetir, e repetir, e repetir, desqualifica a inteligência da sua audiência, cansa, distrai e compromete a sua imagem de comunicador.

Preste atenção nesses aspectos. Também pode buscar apoio em treinamentos especializados ou consultoria individual da comunicação que ajudam muito a identificar o problema e buscar uma solução certeira.

Ana Elisa Moreira-Ferreira
Diretora Executiva da Univoz
Fga. Ma. Coach e Consultora em Comunicação Humana