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O feedback é uma das estratégias mais importantes de desenvolvimento de pessoas, pois pode atuar em questões práticas do dia a dia, na formação profissional, na carreira e crescimento de colaboradores. O feedback é uma oportunidade de calibração, de revisitar nossos pontos fortes e recebermos validação dos mesmos, conversando sobre aqueles que precisam de maior atenção.
Mas nas empresas escutamos muitas queixas sobre a qualidade deste momento, sendo as mais comuns:
A ausência de feedback – o colaborador fica sem referência se está ou não atendendo as expectativas da empresa e sem oportunidade de expor seu ponto de vista. É fundamental fazer do feedback um momento de promoção ao desenvolvimento humano.
—Quando existem, não há constância ou frequência – sabemos que a agenda do líder não é tão fácil, mas a frequência no feedback enriquece a relação entre líder e colaborador. Quando isso não acontece a insegurança brota.
—Quando não há conversa, mas sim a apresentação de uma lista de aspectos para mudar – pode ter certeza, a retenção e aceitação desse feedback é muito baixa. Por isso, recomendamos aos líderes que, após apresentar o resultado de uma avaliação, foque na principal competência para desenvolver pensando no futuro.
—Não há comunicação bilateral, mas sim julgamentos, rótulos e ordens – se no feedback a fala do líder se tornar uma barreira comunicativa e não houver uma escuta de qualidade, essa comunicação estimulará o comportamento defensivo e a rigidez no outro, ou seja, o desenvolvimento não acontecerá.
—Falta de gestão emocional – o sentimento de fracasso e raiva do líder não é trabalhado emocionalmente e esse momento se torna um campo de agressividade e medo de quem recebe feedback, indevidamente.
—Por fim, não são estruturados com visão de futuro, de crescimento e de metas para atingir tais objetivos, mas somente corrigindo o passado, ou seja, não usam o Feedforward*.
Muitas ações podem promover mudanças em torno do feedback para se tornar o Feedforward. Elas passam pela capacitação de líderes, preparação das equipes para receber feedback gerando o autodesenvolvimento, a implantação de uma cultura de calibrações com um clima positivo ao redor desse momento, estabelecer rotinas, entre outros.
Um ponto importante é diferenciar e implementar o Feedforward. O feedback geralmente é retrospectivo, elogiar e corrigir um curso, avaliar os erros que devem ser mitigados por haver risco para operações.
O Feedforward segue a máxima “Podemos mudar o futuro. Não podemos mudar o passado”. Quem dá e recebe Feedforward se concentra em um futuro positivo e na solução, não em um passado fracassado ou um problema. O líder, ao utilizar a técnica de Feedforward, elimina a crítica pessoal, não ativa o comportamento defensivo e não usa o tempo para justificar que o outro está errado. O exercício é obter ideias que visam ajudar o outro a alcançar seus objetivos e requer apenas ter boas ideias para realizar a tarefa.
Mas nada terá impacto se o líder não zelar pela qualidade da comunicação para promover diálogos saudáveis neste momento. A maioria dos colaboradores aceita bem uma orientação, mas rejeita totalmente críticas negativas, desqualificação do seu trabalho, ordens diretas e sem negociação. Neste sentido, a Comunicação Não Violenta (CNV) entra em total consonância com o propósito do Feedforward por estimular uma comunicação aberta e verdadeira, uma escuta generosa e com presença, um foco em entender o que ambos os lados precisam, e buscar um caminho de solução sem apontar erros ou culpados. Estima-se que até 2030, mais de 65% dos líderes e colaboradores exigirão intensamente o desenvolvimento de habilidades comportamentais, entre elas a comunicação consciente; a CNV é uma abordagem consistente que oferece transformação dos diálogos nas empresas. Como isso acontece?
- O julgamento é “eliminado”, pois o foco é o futuro e não o passado fracassado;
- A observação de fatos e dados, e não de conjecturas, é realizada para criar ideias e melhorar as tarefas e os processos;
- O sentimento de satisfação acontece no feedforward, pois a conversa se concentra no apoio mútuo, e no que é importante acontecer;
- O pedido no feedforward é de co-construção, buscando caminhos que atendam necessidades da tríade colaborador-liderança-empresa.
O que vemos como resultado é a transformação das rejeitadas sessões de feedback de correção em agradecimento, pois foi construído por meio de uma comunicação de compartilhamento de soluções e de qualidade.
*Conceito introduzido por Marshall Goldsmith, autor de mais de 30 livros, treinador americano que trabalha liderança executiva, e reconhecido pela Forbes, The Times, Harvard Business Review e Best Practices Institute como o pensador mais influentes no mundo dos negócios.
Ana Elisa Moreira-Ferreira
Diretora Executiva da Univoz
Fga. Ma. Coach e Consultora em Comunicação Humana Consciente
e
Maria Edna S. Lima
Consultora da Equipe Univoz
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