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Pilares da Liderança: As lições do futebol americano

Não é sempre que temos os esportes como foco de reflexão para o mundo corporativo, até porque, em essência, eles se prestam ao entretenimento. Porém, um olhar atento a um jogo pode nos dar diversos insights sobre o trabalho em equipe e liderança. Isto porque todo time é construído sobre três princípios básicos: (i) as características técnicas individuais, (ii) a organização destas características em uma estratégia, formando o coletivo e, por fim, o (iii) “motor pensante”, alguém capaz de liderar estes indivíduos, colocando-os em funcionamento como grupo para obter um fim e um fim somente: o resultado.

O Super Bowl 50, a final do campeonato de futebol americano de 2016, pode nos ajudar nessa missão de refletir sobre a postura de líderes e equipes a partir do esporte. O jogo colocou frente a frente dois times em situações opostas: de um lado, o Carolina Panthers, com 18 vitórias e apenas 1 derrota, melhor ataque, 6ª melhor defesa e contava em seu plantel com Cam Newton, o MVP (Most Valuable Player) da temporada. Do outro lado, Denver Broncos com 14 vitórias e 5 derrotas, sendo o 19º ataque e 4ª melhor defesa, fechando a temporada como o 12º melhor time no geral. No aspecto individual, o time dos Panthers tinha os melhores jogadores, sendo que 10 de seus 30 jogadores regulares foram selecionados para o Pro Bowl, o jogo dos melhores jogadores da liga em suas posições e os Broncos, por sua vez, contavam com 4 nomes.

A partir destes dados podemos ver o segundo aspecto em cena. A organização de cada um dos times seguia um padrão particular, provavelmente uma decisão técnica adotada ao longo da temporada e da sequência de jogos. Por contar com um time mais qualificado, o Panthers se tornou um time efetivo e “desequilibrava as contas”, marcava muitos pontos e sofria poucos. Os Broncos, por sua vez, “equilibravam as contas”, marcavam o suficiente e sofriam menos ainda, sendo que adotaram essa postura devido as lesões que tiraram diversos dos seus jogadores de ataque e por contarem com um time defensivo de primeira linha.

O futebol americano é um jogo tático e muito físico, por isso, é necessário que exista um líder em campo, capaz de decidir rápido e organizar o time para que se obtenha o melhor resultado enquanto as jogadas se desenvolvem. Esse papel cabe aos quarterbacks, jogadores responsáveis pelo ataque e capitães, sendo eles a figura mais importante de qualquer time. Neste quesito, o Super Bowl 50 colocou dois líderes diferentes em cena. O quaterback dos Carolina Panthers era Cam Newton, um jovem de 26 anos, campeão e eleito melhor jogador da liga universitária, primeira escolha no Draft da Liga Americana de Futebol, melhor calouro e melhor jogador de 2016. Nos Broncos, víamos Peyton Manning, um veterano de 39 anos, com um acúmulo de lesões e também de recordes, campeão de um Super Bowl e finalista de dois outros, primeira escolha de seu draft e parte de uma dinastia de jogadores de futebol americano.

Além disso, os capitães eram diferentes em suas posturas, Manning tem um ar mais sóbrio e introvertido, sendo que em campo é um grande leitor do jogo e organizador do time, capaz de liderar mesmo em situações adversas. Newton tem um modo mais extrovertido e gosta de exibir seu estilo particular, criando danças para comemorar seus pontos ou se vestindo de forma extravagante. Em campo, Newton é ousado e faz diversas jogadas por impulso, sem uma tática ou raciocínio claro para seus companheiros, sendo bastante efetivo nestes momentos.

Capacidade técnica individual em abundância somada a uma equipe forte: elementos que indicavam uma vitória fácil dos Panthers. Menos um detalhe, como dito anteriormente o jogo demanda aquele líder capaz de raciocinar na adversidade, no campo, e daí surgiu a pergunta: Newton seria capaz liderar seu time em uma final de campeonato?

Durante a temporada diversas vezes a capacidade de Newton como líder foi colocada em pauta. Para alguns especialistas ele era um líder positivo, que encorajava seus pares a trabalhar para um fim específico, sendo que adversidade serviria como um combustível para o coletivo. Para outros, Newton era imaturo e quando seu time enfrentasse alguém capaz de ameaçar a hegemonia dos Panthers, o quarterback tentaria atrair a atenção para si, tornando o jogo nervoso, individualizado e pouco tático, o que levaria os Panthers a derrota.

O jogo em si daria a resposta correta e as duas primeiras jogadas deixaram alguns pontos bem claro: Newton queria, de fato, a atenção para si, enquanto Manning fazia um jogo de segurança, controlando a bola e não se permitindo a erros que custassem trabalho a sua defesa. Os Panthers atacavam como força e vigor e os Broncos respondiam com uma defesa sólida, quase intransponível, forçando Newton a erros ou a perda da bola. Uma defesa fechada tende a “irritar” um jogador ofensivo, que é obrigado a ver suas tentativas frustradas a todo momento.

Com o passar do jogo, as estratégias ficaram claras, os Broncos iriam valorizar sua defesa, enquanto os Panthers iriam valorizar Cam Newton. Com um ataque claudicante, os Broncos não ofereciam riscos a defesa dos Panthers, que também era forte. Manning, por sua vez, tinha o trabalho de organizar o time, valorizar a posse de bola e ajudar sua defesa, o que o levou a converter 9 pontos, sem ceder nenhum. Enquanto isso, do outro lado, Newton tentava a todo custo transpor a defesa instransponível dos Broncos, que forçava ele a cometer erros, levando-o a ceder um total de 15 pontos e converter apenas 10. Fim de jogo 24-10 para o time dos Broncos, onde apenas 9 foram convertidos a partir de ações de Peyton Manning e 15 a partir de ações da sua defesa e de seu rival.

E ao final do jogo nos deparamos com uma cena no mínimo curiosa, a câmera foca em Cam Newton que está deitado no chão, esperneando, reclamando de uma falta que nunca ocorreu, enquanto no campo, o seu time tenta frear um avanço mortal dos Broncos. Não apenas isso, logo após o jogo, durante a conferência de imprensa, o comportamento de Newton se tornou ainda mais infantil, respondendo às perguntas de modo monossilábico e se retirando da sala de entrevistas antes de terminar de responder as perguntas dos jornalistas, deixando o trabalho de explicar o que ocorreu durante o jogo para um dos novatos do seu time.

Neste sentido, o Super Bowl 50 nos dá lições riquíssimas sobre os pilares liderança e trabalho em equipe:

  • Conhecimento técnico, observação e capacidade analítica são essenciais para um líder. Manning é um estudioso do jogo e considerado um dos atletas mais inteligentes da história, sua capacidade analítica e de observação associada a seu conhecimento sobre o esporte o permitiram tomar decisões que levaram seu time a vitória. Para muitos especialistas, a falta de observação e conhecimento das possibilidades de jogo atrapalharam Newton e desvalorizaram uma campanha quase perfeita.
  • Conheça sua equipe e estabeleçam as mesmas metas. Peyton Manning falava abertamente em ser campeão e somente após isso se aposentar, mas sabia que suas habilidades individuais não seriam suficientes para isso. Por entender que seus companheiros desejavam o título e que ele se aposentasse como campeão, o quarterback pode, durante o jogo, estabelecer estratégias que os levaram ao título, sendo que para isso acontecesse, ele precisou conhecer os integrantes de sua equipe e confiar em suas habilidades. Cam Newton nitidamente se sentiu desconfortável por não ganhar o título, mas não conseguiu apoiar sua equipe e exercer o seu papel de líder, pois deixou suas metas atrapalharem as metas coletivas.
  • Entenda que o sucesso depende da sinergia e da relação de confiança com seus comandados. Manning foi treinado por Tony Dungy, um técnico e jogador vitorioso, que adotava uma postura permissiva, dando liberdade aos seus jogadores. Dungy enfatizava que o mais importante era que eles sempre estivessem preparados para jogar, ou seja, que eles treinassem e mantivessem um padrão físico ótimo, sem que o técnico fosse obrigado a “vigia-los”. Para Dungy, isso fortalecia a confiança da equipe e estabelecia uma relação de troca, onde todos eram responsáveis pelo time, formando um grupo coeso e com um objetivo muito claro. Ao tirar o protagonismo de sua posição e confiar nas habilidades de outros jogadores, Manning pode ajudar seu time a chegar ao título do Super Bowl.
  • Comunique-se com sua equipe. Peyton Manning se comunica constantemente com seus jogadores, seja por meio de gestos ou conversando sobre as jogadas a serem feitas. Uma marca do jogador é o grito ‘Omaha’ na saída de bola, que orienta seus jogadores sobre como ocorrerá a jogada e a direção da defesa adversária. Newton, por sua vez, prefere jogadas inesperadas, sem comunicar seus companheiros, o que confunde o adversário, mas também a sua equipe

No início de março, após 18 temporadas, Manning anunciou a sua aposentadoria, aos 39 anos. Se tornou parte do panteão de “atletas lendários” e deixou uma história de conquistas para os futuros jogadores se espelharem, como o maior número de vitórias (200 jogos) e de eleições de melhor jogador da liga (5). Além disso, estabeleceu-se como uma referência na liderança de times campeões e isso é algo sobre o que podemos refletir para as situações de liderança em nossas empresas.

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